Destaque

“Que a gente possa disseminar a educação e a agroecologia nos quatro cantos do mundo”

Por Serta
25/10/2022 | 11h:10

No último sábado(23), técnicos e técnicas em agroecologia participaram de sua colação de grau na sede do SERTA, em Glória do Goitá. No total, são mais de 300 profissionais que concluem sua passagem pelo SERTA, estando prontos para, não só exercer suas funções profissionais, mas principalmente, entender e transformar realidades. A cerimônia marcou o encerramento de mais um ciclo da escola técnica, como segunda cerimônia de conclusão, após o último evento que aconteceu ainda em outubro com as turmas do campus de Ibimirim.


Com atividades produtivas, culturais e lúdicas, as semanas que antecederam as cerimônias, aconteceram não só como despedida entre os alunos e as equipes do SERTA, mas também com integração entre os campi. Em Ibimirim, no sábado do dia 14, o evento foi marcado pela reafirmação da força e da mística do sertão, com falas emocionantes dos alunos e de seus familiares. Enquanto em Glória, o evento – que foi transmitido virtualmente – transbordou musicalidade e cultura, expressas pelos recém formados.


Com técnicos em 12 estados da federação, ao longo dos últimos 18 meses, os formandos tiveram um trabalho sobretudo na construção dos seus projetos de vida e no desenvolvimento de atividades autogestionárias em seus territórios. Reflexo do ensino e da metodologia trabalhada na instituição, a ação desses profissionais é atravessada por uma outra visão de mundo, “temos trabalhado muito a agroecologia como uma filosofia de vida, que transborda as questões técnicas e produtivas, no sentido de ressignificar a vida e as relações desses profissionais com a natureza e com as pessoas”, aponta o diretor da Escola Técnica do SERTA, Germano Barros. Para o diretor, a ação dos formandos tem papel fundamental no fortalecimento do movimento agroecológico não só no Nordeste, mas em todo o país.


Letícia Maiara da Silva, é artesã e louceira, é uma das mais novas Técnicas em Agroecologia formadas pelo SERTA. Concluinte do Campus Ibimirim e moradora do sítio Pedra D’água em Santa Terezinha, Letícia relata que o curso foi uma grande surpresa, “até então eu não tinha uma ideia do que queria, mas o curso veio me dar clareza da linha que eu realmente quero seguir que é na agroecologia”. Além de fortalecer ações em sua propriedade, Letícia agora cursará Biologia. “Eu quero fazer biologia, quero ser bióloga também, porque acho que está tudo conectado com o curso”, relata a Técnica.

“Minha perspectiva, é que eu possa trabalhar com consultorias, assistência técnica, mas meu intuito maior é que, mesmo que eu trabalhe com essas questões mais técnicas eu consiga trabalhar levando a minha arte”, diz Ednardo Dali, músico, poeta e agora, técnico em Agroecologia. Ednardo é de São José do Egito, mas reside em Chã Grande e formou-se na unidade Glória do Goitá. O técnico relata a dificuldade do início do curso por conta do período mais grave da pandemia, apontando que apesar das aulas virtuais terem sido muito boas, o curso exige “muito contato, muita presença”. “De fato é um curso que necessita de uma prática, não só de práticas de campo, mas de uma prática afetiva mesmo”, completa.

Durante a cerimônia em Glória, a presidenta da instituição, Alexsandra Silva, falou sobre a importância deste momento celebrativo. Além de agradecer a presença dos convidados, familiares e das equipes dos projetos e da escola técnica, Alexsandra saudou especialmente os formandos, que apesar das dificuldades enfrentadas por conta da pandemia não desistiram do curso e somaram esforços para a realização da cerimônia. E ainda, no momento em que a Escola encerra mais um ciclo, Alexsandra estendeu sua colocação à quem vem apoiando diretamente esta ação. “Quero agradecer ao governo do estado de Pernambuco, por acreditar no SERTA e por investir por 10 anos, na manutenção de nossas duas escolas técnicas em agroecologia”, e conclui, “que a gente possa disseminar a educação e a agroecologia nos quatro cantos do mundo”.

Com mais de 2000 formados, o curso Técnico em Agroecologia é desenvolvido em regime de alternância, com atividades presenciais e de tempo comunidade, totalizando 1.200 horas/aulas e mais 200 horas de estágio curricular supervisionado. Com registro profissional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE) e credenciado pelo Conselho Estadual de Educação de Pernambuco, a formação técnica é financiada pelo Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria Estadual de Educação.

Compartilhe:
Pin Share

Mais notícias